Hoje trataremos de um tema inovador: a neuroarquitetura corporativa. A maioria de nós, quando estamos trabalhando presencialmente em nosso local de trabalho, considerando apenas 8 horas nos dias de semana, normalmente gastamos cerca de 2.000 horas ocupando tais espaços por ano.
Essa situação tem consequências: os impactos que os locais de trabalho têm sobre a saúde do cérebro estão diretamente ligados ao tempo gasto nesses espaços. Isso significa que quanto mais tempo ocupamos o mesmo local, mais isso pode nos afetar. As empresas têm o conhecimento exato sobre como sua arquitetura pode afetar a saúde mental e física de seus funcionários? A resposta é não. Essa é a temática que preocupa a neuroarquitetura corporativa.
Influenciados pela revolução industrial e pelo sistema de produção em massa, inicialmente os locais de trabalho foram projetados buscando a mesma eficiência da linha de produção das indústrias. Por conta disso, o layout dos escritórios teve como objetivo principal facilitar o sistema produtivo da empresa, com foco na melhoria da quantidade produzida. A hierarquização dos espaços, a localização das equipes e seus dirigentes e até a decoração foram todos planejados com foco na produção, como em uma fábrica. No entanto, ao contrário das fábricas que funcionam essencialmente com base em máquinas, os escritórios funcionam com base em pessoas.
O resultado disso são locais de trabalho desumanos, sem identidade. Ambientes que prejudicam a saúde mental e física das pessoas que os ocupam, com impactos diretos nos níveis de estresse e ansiedade. Espaços que podem aumentar conflitos, falta de colaboração e comunicação, insegurança, problemas de concentração, redução da criatividade. Infelizmente, ainda hoje existem muitas empresas que lutam para desencadear esses ideais de produção. No entanto, devido à revolução tecnológica que vem ocorrendo nos últimos anos, as características humanas que (ainda) não podem ser substituídas por máquinas estão cada vez mais valorizadas. Por isso, a concepção de espaços passa a focar mais nas pessoas e nas suas capacidades de criatividade, comunicação e colaboração. A qualidade do trabalho está se tornando mais importante do que a quantidade.
É neste sentido que a neuroarquitetura pode ajudar na criação de espaços de trabalho mais humanizados. Existem muitos recursos de arquitetura que podem afetar diretamente a cognição, a atenção, a criatividade e o aprendizado. A Planoa está em condições de prestar auxílio para que sua empresa também adote esse conhecimento em seus projetos de corporate e retail.
Cores, formas, tamanhos e proporções, layouts, isolamento visual e acústico são alguns exemplos. Como os arquitetos podem combinar esses elementos para criar o ambiente ideal? Em primeiro lugar, a neuroarquitetura mostrou que não há receitas a serem seguidas. Um espaço de trabalho eficaz só pode ser criado quando os arquitetos levam em consideração quem são os profissionais que ocuparão esse espaço e quais tarefas serão executadas nele. Apesar disso, existem algumas características arquitetônicas que, quando combinadas, podem resultar em impactos positivos além das atividades no escritório. O contato com a natureza (biofilia), a diversidade sensorial e a diversidade ambiental são alguns exemplos. A escolha de materiais, layouts e a criação de espaços alternativos de ocupação são pontos-chave no design de locais de trabalho saudáveis e eficientes.
Alguns exemplos práticos podem ser apresentados: o uso de elementos que remetem a natureza podem diminuir os níveis de estresse e melhorar a concentração; a riqueza sensorial obtida pelo uso de texturas, cores, formas e cheiros combinados estimula o aprendizado e a memorização; o layout pode ser projetado de forma a estimular a colaboração e a comunicação entre as equipes; a criação de espaços alternativos de ocupação, como salas de reunião e de telefone, melhora a sensação de controle entre os colaboradores, diminuindo os níveis de estresse e criando alternativas para melhorar a privacidade e, consequentemente, a concentração.
Podemos ainda falar de mais princípios apontados pelos especialistas no campo sobre como a neuroarquitetura pode contribuir com o seu local de trabalho. Mesmo que pareçam difíceis de aplicar na prática, com o auxílio da Planoa, sua empresa poderá perceber que soluções simples tornam possíveis as aplicações dessas propostas.
Lembre-se que o embasamento científico por trás desse conhecimento é aprofundado, pois a neuroarquitetura, assim como o neurourbanismo, se definem como a aplicação da neurociência aos espaços construídos para que tenham um impacto de qualidade de vida para o comportamento humano. Por natureza, esse é um saber interdisciplinar, incorporando interfaces da neurociência aplicada a princípios tradicionais da arquitetura e do urbanismo; esse campo aproxima-se também à psicologia ambiental para tornar a ação humana mais efetiva e, acima de tudo, para criar espaços mais saudáveis no curto e no longo prazo, oferecendo qualidade de vida e bem-estar aos colaboradores.
Entre os diferentes impactos neurológicos que o ambiente físico tem sobre os indivíduos seriam: liberação de substâncias químicas como hormônios e neurotransmissores; expressão gênica; plasticidade cerebral ou alteração dos estados mentais, da percepção, das emoções e dos comportamentos. A ideia da neuroarquitetura é criar ambientes que possam estimular ou inibir alguns desses determinados padrões a depender da função do espaço em questão. É importante sempre lembrar, no entanto, que o meio ambiente pode gerar efeitos distintos em diferentes pessoas, por isso, antes de planejar, é preciso conhecer o público interno de cada empresa, bem como, as características mais procuradas por cada setor empresarial, tais como criatividade, concentração, aprendizado e memorização, socialização, relaxamento, envolvimento, respeito, etc.
Quanto maior o tempo de ocupação um determinado espaço, mais duradouros tendem a ser os efeitos que este pode gerar no organismo. Por isso, ambientes de longa ocupação requerem um olhar mais atento dos arquitetos e designers, tendo em vista que eles têm maior chance de gerar efeitos de longa duração, como mudanças plásticas no cérebro. Em tempo: é fundamental levar em consideração princípios éticos ao projetar utilizando a neurociência aplicada, tendo em vista que o ambiente construído pode influenciar seus usuários sem que estes se deem conta. Esses elementos éticos são de grande relevância em todas as áreas de aplicação da neurociência.
Embora esse conhecimento esteja ganhando cada vez mais atenção e o mundo corporativo esteja mudando, infelizmente ainda existem muitas empresas e locais de trabalho que sofrem influências do sistema de produção em massa. Isso significa que muitas pessoas ainda precisam trabalhar em espaços desumanos que afetam o desempenho e a saúde mental e física de forma negativa. Por isso, a planoa assume com você o desafio de criar espaços mais humanizados, mas também de transformar mentalidades que estão presas em valores ultrapassados. Conte com a gente!
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